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A minha história com o Inglês




A maior reclamação que escuto dos meus alunos, principalmente nos níveis mais básicos, é a queixa de que "não nasceu pra estudar inglês". E normalmente, quando o aluno decide se abrir para contar sobre as experiências com o aprendizado com a língua, sempre tem um resquício de algo ruim que aconteceu, seja um professor que olhou torto e acabou-se o encanto, seja um acompanhamento em casa feito de qualquer jeito pelo aluno. Quem me conhece sabe que hoje, eu gosto bastante de inglês, muito bem, obrigado. Mas eu nem sempre fui assim com o idioma, principalmente nos primeiros momentos do meu aprendizado. Comecei a estudar inglês com oito anos de idade, e não tinha a menor noção da importância e da contribuição que aquilo iria ter na minha vida. Ia pras aulas, porque não dizer, forçado pelos meus pais. As primeiras aulas que tive eram no período da tarde, bem na hora em que estava passando meu desenho favorito na televisão. Na época, achava que nunca perdoaria meus pais por tanta afronta e atrocidade. Não fazia as tarefas de casa, e era extremamente brincalhão dentro de sala de aula, totalmente o oposto da minha postura com o colégio. Estava mais preocupado em fazer o que mais queria fazer quando tinha tempo livre: jogar videogame, na época o meu precioso Master System II, que seria trocado futuramente num Super Nintendo, aumentando ainda mais meu encanto pelo hobby, e diminuindo na mesma proporção o meu interesse em estar fora de casa pra qualquer coisa. Imagine ir pra aula de inglês. Até que um dia, lá pelos meus 10 anos já, eu me interessei por um jogo que, basicamente, estava lotado de textos. E, em 1999, ele não tinha a mínima chance de ser lançado em português. Aquilo me convenceu de que eu precisava dominar o idioma caso quisesse ter alguma chance de superar o desafio que o jogo me impunha. Mas mais importante, sem perceber, eu encontrei uma motivação. Tive o primeiro lapso de vontade própria de aprender inglês. E foi o passo mais importante do início da minha jornada. Porém, não foi só porque decidi, que o conteúdo passou a entrar na minha cabeça de forma mágica, ao contrário. Antes, simplesmente não me importava com as aulas, se estava realmente aprendendo algo ou não. Daquele momento em diante, Inglês passou a ser um motivo de preocupação, pois embora me fosse fácil falar com boa pronúncia, a gramática era meu calcanhar de aquiles. A posição das palavras nas frases não me fazia o menor sentido, uma vez que eu só tinha contato com português. Foi aí que, um dia no curso, em uma conversa particular com o fundador da escola, que ouvi pela primeira vez a frase "Think in English to Learn in English" (Pense em inglês para aprender em Inglês). Já havia escutado de outros professores, mas ouvir, na plenitude do significado, foi apenas naquela vez. E eu não ouvi que era importante pra facilitar o aprendizado, não. Mas ouvi que Inglês e Português são coisas diferentes, e que se fossem comparadas, iria apenas me confundir ainda mais. Ouvi que devia separar as coisas na minha cabeça e que isso, sim, me ajudaria a chegar mais longe. E hoje, 23 anos depois do início dessa história, o que digo aos meus alunos que me perguntam como fazer para estudar inglês, o que sempre respondo, e talvez seja o ponto mais importante dessa crônica, é: "A forma que você mais gosta, é a forma correta". Não adianta você se forçar a um método de estudo que não é do seu agrado. Pra alguns, só o fato de estudar outro idioma, já é um grande tormento. Pra que piorar as coisas forçando-se a fazer algo que não te agrada sobre uma coisa que você não gosta? É muito melhor tornar a coisa mais agradável trazendo a sua realidade, a sua personalidade, quem você é, mais próximo do seu aprendizado. Dance, cante, leia, veja filmes, desenhos, escute músicas, jogue videogame, mas mais importante: crie vínculo com o que está estudando. Traga elementos do seu dia-a-dia ao que precisa aprender, e com o esforço o aprendizado virá. E como diria Bruce Lee "Está treinando? Ótimo. NÃO PARE!" Até a próxima!



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